Guardas prisionais lamentam permanência de Van Dunem no Ministério da Justiça
O Sindicato que representa os guardas prisionais lamentou hoje a permanência de Francisca Van Dunem, considerando que nos últimos quatro anos existiu por parte da ministra da Justiça uma “falta de resposta” e “uma inércia” em resolver os problemas. “Tendo em conta a contestação de que foi alvo nos últimos quatro anos, estávamos à espera de outro nome para o Ministério da Justiça”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, a propósito da recondução de Francisca Van Dunem para o Ministério da Justiça pelo primeiro-ministro indigitado, António Costa. Jorge Alves adiantou que os últimos quatro anos de Francisca Van Dunem ficaram marcados pela “inércia desta ministra para discutir com os sindicatos e em resolver os problemas”, sustentando que não regulamentou os 10 diplomas previstos no estatuto profissional e que são fundamentais para a carreira. “Em quatro anos a ministra Francisca Van Dunem não resolveu nada”, disse o presidente do sindicato que representa a maior parte dos guarda prisionais do país, frisando que deve refletir sobre a contestação de que foi alvo o Ministério da Justiça e passe a ter “uma atitude mais franca e aberta”. Segundo Jorge Alves, os problemas abrangem não apenas os guardas prisionais, mas também as prisões, onde falta cumprir muitos dos direitos dos reclusos. O sindicalista disse também que a única vantagem na permanência da ministra é que “está já a par de todas as matérias e problemas dos guardas prisionais”, não sendo necessário um período para se inteirar da situação. Após ter realizado quatro períodos de greve desde setembro, o SNCGP tem uma nova paralisação agendada para decorrer entre 18 a 21 de outubro. Jorge Alves disse que os guardas prisionais vão depois parar com as greves e “esperar que o Governo comece a dar resposta aos problemas”. Caso contrário, o sindicato vai marcar mais greves para dezembro, como aconteceu no ano passado e levou a alguma contestação por parte dos reclusos devido ao período do Natal. O segundo executivo liderado por António Costa, que foi conhecido na terça-feira, vai integrar 19 ministros e deve ser empossado pelo Presidente da República "na próxima semana”.